Aguçadoura Vila Portuguesa da Póvoa de Varzim
Aguçadoura
Aguçadoura Vila Portuguesa da Póvoa de Varzim

Aguçadoura é uma vila portuguesa, desde 2011, actualmente integrada na União das Freguesias de Aguçadoura e Navais, do município da Póvoa de Varzim. Teve o estatuto de freguesia entre 1933 e 2013. A primeira referência histórica a esta povoação aparece em 1258: “… in Petra Aguzadoira que est in termino de Nabaes”. Sabe-se que Dona Ouroana Pais Correia estabeleceu aí três casais e que em 1343 aparece descrita como Peranguçadura. A instalação dos primeiros habitantes foi bastante difícil, pois Aguçadoura encontra-se praticamente assente em dunas e a contínua agressão das areias movidas pelo vento impedia a fixação das populações. Fazia então parte da paróquia de Navais.

Com a criação das freguesias civis em 1836, Aguçadoura passa a ser um dos lugares da freguesia de Navais, pertencente até então ao município de Barcelos. Só a partir do século XVIII é que a povoação tomou alguma importância (em 1730 já contava com cerca de 25 famílias) e em meados do século seguinte a população era já superior ao resto da freguesia de Navais, da qual fazia parte. No começo do século XX o ambiente entre os habitantes do lugar de Aguçadoura e as autoridades civis e religiosas de Navais deteriorou-se devido aos desejos dos aguçadourenses em formarem uma freguesia à parte. Assim, em 1933, o Governo da altura decreta a elevação de Aguçadoura à categoria de freguesia, separando-a de Navais à qual sempre havia pertencido.

Aguçadoura é uma paróquia pertencente à Arquidiocese de Braga. Apesar de já em 1730 os aguçadourenses terem pedido para aí se construir uma capela, o que sempre foi negado pelas autoridades religiosas de Navais, só em 1873 isso foi possível sendo nesse ano inaugurada a capela. Foi então estabelecida como padroeira do lugar de Aguçadoura, Nossa senhora da Boa Viagem, já que quase todos os seus habitantes terem familiares emigrados no Brasil ou colónias portuguesas. Pelo elevado crescimento demográfico a capela começou a revelar-se pequena para as necessidades da comunidade e em 1952 começou a construir-se uma nova igreja, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, que é hoje a maior de todo o município e um dos pontos de interesse do concelho poveiro. Da antiga capela resta ainda a fachada que pode ser vista em frente à nova igreja. As festas em honra da padroeira realizam-se todos os anos no último domingo de Julho.

Os campos masseira constituem uma forma de agricultura única no mundo, bem característico da freguesia. Esta forma de agricultura consiste em fazer uma cova larga e retangular nas dunas. Nos cantos da cova conhecidos como “valos”, são cultivadas vinhas, de forma a proteger a área central dos ventos. Na área central, encontra-se água, não salgada como poderíamos supor, e tudo pode ser cultivado; no entanto, são necessárias grandes quantidades de água e sargaço (para fertilizar o solo). Hoje em dia é um tipo de agricultura em riscos de extinção devido à popularização das estufas na região e até mesmo ao uso das areias para a construção civil.

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