Rua da Junqueira da Póvoa de Varzim
Rua da Junqueira da Póvoa de Varzim
Rua da Junqueira da Póvoa de Varzim

A rua da Junqueira, conhecida simplesmente por Junqueira, é uma rua de comércio tradicional no centro da Póvoa de Varzim. É a principal e mais antiga rua comercial da cidade, com variadas lojas, sendo que algumas delas são centenárias, e galerias comerciais. O nome da rua provém dos juncos que seriam ali abundantes, formando um juncal. Existiam ribeiros na zona, como se verifica com os restos de uma velha ponte entre o Casino e o Grande Hotel, no Passeio Alegre, hoje visíveis ao público. Ali chegava o antigo regato da Silveira e o Esteiro que, antes de ser canalizado, alastrava-se pela Junqueira e adjacentes.

No século XIX a rua da Junqueira torna-se eminentemente comercial, onde todo o tipo de produtos poderiam ser encontrados, passando assim a ser dominada pela burguesia comercial poveira, e vista como a sua sala de visitas para forasteiros. Deste modo, por entre varandas engalanadas, passaram ali a desfilar grande parte das procissões da Póvoa. Dado o seu carácter comercial, a Rua da Junqueira tornou-se pedonal em 1955, sendo assim das mais antigas em Portugal a proibir a circulação automóvel ou outros “veículos de qualquer espécie“, por obra do presidente da Câmara, Major Mota, cuja estátua em bronze de tamanho real está na entrada da rua pela Praça da República, junto à Capela de São Roque e Santiago. A importância comercial e empresarial da rua foi crescendo de tal forma que hoje são poucas as pessoas que aí vivem. Mas nem sempre foi assim. É que lá viveram eminentes figuras poveiras: na casa do n.º 3 nasceu Leonardo Coimbra, médico e protector das crianças; no n.º 5 faleceu António dos Santos Graça, etnógrafo e jornalista; no n.º 14, viveu e faleceu o jornalista e historiador Cândido Landolt; e no n.º 1 nasceu Viriato Barbosa, investigador em estudos poveiros.

A rua é rica em construções do século XIX e inícios do século XX e onde podemos encontrar cerca de cem estabelecimentos comerciais, destacando-se o comércio de joalharia de fama nacional, nomeadamente a centenária Ourivesaria Gomes, fornecedores dos Duques de Bragança, a Ourivesaria Tavares ou a Ourivesaria Milhazes. Durante a época do estado Novo, altas figuras do regime eram também vistas ali com as suas famílias.

A rua da Junqueira é a rua que liga a Praça do Almada ao Passeio Alegre, por onde outrora a população nortenha visitava as praias da Póvoa e, ainda hoje, apesar de já não ter esse carácter, as pessoas fazem questão de passar por lá. A Junqueira não vive sem as áreas adjacentes: a Praça da República, o Largo David Alves e as pequenas ruas pedonalizadas de Sousa Campos, da Ponte, do Paredão, dos Cafés, da Alegria e Travessa do Cais Novo.

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