Aver-o-Mar
Aver-o-Mar Vila Portuguesa da Póvoa de Varzim

Aver-o-Mar teve o estatuto de freguesia entre 1922 e 2013, sendo hoje uma zona poveira na União de Freguesias de Aver-o-Mar, Amorim e Terroso. Obteve o estatuto de vila em 2003 e foi integrada na cidade da Póvoa de Varzim em 2006. Aver-o-Mar era uma antiga aldeia piscatória e agrícola a norte da Póvoa, Abonemar é o seu mais antigo topónimo e data de 1099.

O povoamento do lugar deveu-se ao cavaleiro da Honra de Varzim, D. Lourenço Fernandes da Cunha. Desde a fundação do Condado de Portugal, Varzim era um vasto território feudal, com autonomia administrativa e militar, fundado pelo avô de D. Lourenço, e abarcava todo o território desde a costa até ao monte de Laundos. O feudo foi posteriormente fragmentado ainda durante a Idade Média devido ao seu poderio. À volta de 1656, foi anexada à vila (município) da Póvoa de Varzim, por provisão régia, devido a uma população crescente constituída por pescadores-lavradores. Em termos religiosos pertencia à paróquia de Amorim, constituiu freguesia própria em 10 de Agosto de 1922, separando-se de Amorim, algo que era ambicionado pelo lugar desde os finais do século XIX. Os núcleos rurais e piscatórios de Aver-o-Mar tornam-se significativos durante todo o século XX. Nas últimas décadas deste século, com o crescimento urbano da Póvoa de Varzim, a povoação começou por ser urbanizada como sequência natural do Bairro Norte, ganhando carácter balnear ou suburbano, e grande parte da sua população de quase 10 mil habitantes está já integrada na malha urbana da Póvoa.

Tal como o centro da cidade, Aver-o-Mar é tradicionalmente dividida em duas etnias: à beira-mar vivia o pescador e seareiro de cabelo ruivo e corpo espadaúdo; no interior vivia o homem da aldeia do tipo galego de Amorim. O seareiro é o trabalhador que vive da terra e do mar, juntando dois tipos de vivências tradicionalmente separadas na Póvoa de Varzim. Uma parte da população local subsiste ainda da agricultura.

Refira-se ainda que na praia do Esteiro se encontra o pitoresco Moinho Luísa Dacosta, onde viveu a escritora Luísa Dacosta, cuja vivência da dureza da vida das mulheres de Aver-o-Mar de antigamente afectou a forma da escritora ver o mundo.

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